O que acontece no corpo durante a ansiedade
Como a ansiedade afeta o sistema digestivo
Quando a ansiedade bate, nosso corpo entra em modo de alerta — e o sistema digestivo é um dos primeiros a sentir o impacto. Tudo começa com o aumento de adrenalina e cortisol, hormônios que preparam o corpo para uma reação de “luta ou fuga”. Eles desviam o fluxo sanguíneo dos órgãos digestivos para os músculos, como se você estivesse prestes a correr de um perigo iminente.
Resultado? É comum sentir:
- Náuseas ou “frio na barriga”
- Má digestão ou queimação
- Sensação de estômago “fechado”
- Diarreia ou prisão de ventre
Isso acontece porque seu corpo, em estado de alerta, prioriza a sobrevivência e não a digestão. Não é frescura — é biologia pura.
A conexão entre estresse e perda de apetite
Se quando você fica ansiosa(o) a fome simplesmente desaparece, saiba que não está sozinha(o). A perda de apetite é uma das respostas mais comuns do corpo ao estresse intenso.
Funciona assim: o cortisol elevado reduz a grelina (hormônio da fome) e interfere nos sinais de saciedade. E não para por aí:
- A aceleração do metabolismo pode deixar a sensação de fome “embaçada”
- A tensão muscular no estômago cria aquela pressão que confunde o apetite
- Preocupações excessivas “ocupam” o espaço mental que normalmente lembraria de comer
O mais curioso? Algumas pessoas têm o efeito contrário — atacam a geladeira sob estresse. Nosso corpo reage de formas únicas, e ambas as respostas são válidas.
Por que a ansiedade pode causar falta de apetite
O papel dos hormônios no controle da fome
Você já parou para pensar como nosso corpo responde à ansiedade? Quando estamos ansiosos, o organismo entra em um estado de alerta, como se estivéssemos diante de uma ameaça. Isso aciona a produção de hormônios como o cortisol e a adrenalina, que preparam o corpo para “lutar ou fugir”.
O problema é que, nesse processo, o hormônio responsável pela fome, a grelina, acaba sendo suprimido. Por isso, é comum sentir aquele “nó no estômago” ou até mesmo perder completamente o apetite. É como se o corpo dissesse: “Agora não é hora de comer, é hora de se proteger!”.
O impacto emocional na alimentação
Além das mudanças hormonais, a ansiedade também atinge diretamente nossas emoções. Quando estamos ansiosos, nossa mente fica repleta de pensamentos acelerados e preocupações — e isso pode ocupar todo o espaço que normalmente seria destinado ao desejo de se alimentar.
Além disso, a ansiedade pode trazer sintomas físicos, como náuseas ou sensação de estômago embrulhado, que tornam a ideia de comer ainda mais difícil. É uma espécie de ciclo: a ansiedade diminui o apetite, e a falta de nutrientes pode, por sua vez, aumentar a sensação de mal-estar.
Entender essa conexão entre corpo e mente é o primeiro passo para lidar melhor com o que estamos sentindo. Não é algo que você controla de forma consciente, mas sim uma resposta natural do seu organismo ao estresse.
E lembre-se: você não está sozinho(a). Muitas pessoas passam por isso, e não há vergonha nenhuma em buscar ajuda para encontrar o equilíbrio novamente.
Sinais de que a ansiedade está afetando sua alimentação
Mudanças no hábito alimentar
Perceber que sua relação com a comida está diferente pode ser um dos primeiros indícios de que a ansiedade está tomando espaço na sua vida. Algumas pessoas notam uma perda de apetite, como se o estômago “fechasse” diante da preocupação. Outras, porém, sentem um desejo incontrolável de comer, especialmente alimentos ricos em açúcar ou gordura, como uma tentativa de aliviar a tensão. É comum também passar por momentos de “comer emocional”, aquela sensação de que a comida é o único conforto disponível naquele instante.
Para algumas pessoas, a ansiedade pode até interromper a rotina de refeições. Você já sentiu que estava tão ocupada(o) com pensamentos ansiosos que simplesmente “esqueceu” de comer? Essas mudanças, embora pareçam pequenas, podem ter um impacto significativo no seu bem-estar físico e emocional.
Sintomas físicos associados
A ansiedade não se manifesta apenas na mente — ela também pode se expressar no corpo, interferindo diretamente na sua alimentação. Você pode sentir:
- Náuseas, como se o estômago estivesse em constante revolução.
- Sensação de peso ou dificuldade para engolir, como se algo estivesse preso na garganta.
- Indigestão frequente, mesmo após refeições leves.
Esses sintomas não são “frescura” nem “coisa da sua cabeça”. Eles são reações do seu corpo ao estresse emocional, e reconhecê-los é o primeiro passo para buscar alívio.
Sintomas emocionais associados
Além dos sinais físicos, a ansiedade pode trazer uma montanha-russa de emoções que afetam diretamente a maneira como você se alimenta. Você pode se sentir:
- Culpada(o) por comer demais ou sentir que “perdeu o controle”.
- Frustrada(o) por não conseguir manter uma rotina alimentar saudável.
- Insegura(o) em relação ao seu corpo ou à sua capacidade de lidar com a situação.
Esses sentimentos, por mais difíceis que sejam, fazem parte do processo. O importante é não se julgar e buscar formas gentis de cuidar de si mesma(o). Afinal, você está lidando com um desafio real, e merece todo o acolhimento e apoio possível.
Estratégias para recuperar o apetite
Técnicas de relaxamento para aliviar a ansiedade
Quando a ansiedade tira o seu apetite, respirar fundo pode ser o primeiro passo para recuperar a calma. Técnicas como a respiração diafragmática ou meditação guiada ajudam a acalmar a mente e o corpo, criando um ambiente propício para que o apetite volte aos poucos. Experimente dedicar 5 minutos do seu dia a essas práticas — você vai se surpreender com a diferença que elas fazem. Além disso, atividades como yoga ou alongamento podem reduzir a tensão física, diminuindo a sensação de “nó no estômago” que muitas vezes acompanha a ansiedade.
Alimentos que ajudam a acalmar e nutrir o corpo
Nem sempre queremos comer quando estamos ansiosos, mas existem alimentos que podem ser aliados nesses momentos. Opções leves e nutritivas, como banana, aveia e chás calmantes (camomila ou erva-doce), ajudam a nutrir o corpo sem sobrecarregá-lo. Se comer parece difícil, comece com pequenas porções ou líquidos, como sopas ou smoothies. O importante é ouvir o seu corpo e respeitar o seu ritmo, sem pressões.
Como identificar que é hora de falar com um especialista
Se você perceber que a falta de apetite está durando muito tempo, afetando sua energia ou comprometendo sua saúde, não hesite em buscar ajuda profissional. Sinais como perda de peso significativa, fadiga constante ou sentimentos persistentes de tristeza são indicativos de que é hora de conversar com um psicólogo ou nutricionista. Lembre-se: pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas um ato de cuidado e amor próprio.
Opções de tratamento e suporte disponíveis
Existem diversas formas de tratar a ansiedade e recuperar o apetite, desde terapias até mudanças no estilo de vida. A terapia cognitivo-comportamental (TCC), por exemplo, pode ajudar a identificar e mudar padrões de pensamento que contribuem para a ansiedade. Além disso, grupos de apoio ou aplicativos de mindfulness podem oferecer um espaço seguro para compartilhar suas experiências e encontrar alívio. Para casos mais específicos, um médico pode indicar medicamentos ou suplementos que ajudem a regular o apetite e a ansiedade. O importante é encontrar o que funciona para você e seguir no seu próprio tempo.
Dicas práticas para conviver melhor com a ansiedade
Criar uma rotina que priorize o bem-estar
Uma das formas mais eficazes de lidar com a ansiedade é estabelecer uma rotina que coloque seu bem-estar em primeiro lugar. Isso não significa criar uma agenda rígida e cheia de obrigações, mas sim encontrar um equilíbrio entre trabalho, lazer e autocuidado. Comece com pequenos passos: acordar e dormir no mesmo horário, reservar momentos para atividades que trazem prazer e, claro, incluir pausas ao longo do dia.
Além disso, priorize o sono. Dormir bem é essencial para manter a mente e o corpo equilibrados. Se possível, crie um ritual noturno relaxante, como ler um livro, ouvir uma música calma ou praticar uma breve meditação. Esses hábitos simples podem fazer toda a diferença.
Práticas diárias para reduzir a sobrecarga emocional
A sobrecarga emocional é um dos principais inimigos de quem lida com a ansiedade. Para amenizar esse sentimento, experimente incorporar algumas práticas no seu dia a dia:
- Respiração consciente: Quando perceber que a ansiedade está chegando, pare por alguns minutos e concentre-se na sua respiração. Inspire profundamente pelo nariz, segure por alguns segundos e expire devagar pela boca. Repita algumas vezes.
- Pequenas pausas: Durante o dia, reserve alguns minutos para se desconectar. Pode ser um café sem olhar o celular, uma caminhada curta ou simplesmente olhar pela janela e observar a natureza. Esses momentos ajudam a reduzir o acúmulo de tensão.
- Lista de prioridades: Organizar suas tarefas em uma lista pode evitar a sensação de sobrecarga. Divida as atividades em urgentes, importantes e para depois. Isso traz clareza e ajuda a focar no que realmente importa.
Lembre-se: não é preciso fazer tudo de uma vez. Pequenas mudanças já trazem grandes resultados quando se trata de cuidar da saúde mental. O importante é encontrar o que funciona para você e fazer disso um hábito.
Mensagem final: você não está sozinho(a)
A importância de buscar apoio e se cuidar
É essencial lembrar que você não precisa enfrentar a ansiedade sozinho(a). Buscar apoio — seja de amigos, familiares ou profissionais — não é um sinal de fraqueza, mas de coragem. Cuidar de si mesmo(a) é um ato de amor e respeito, e pequenos gestos diários podem fazer uma grande diferença. Aqui estão algumas formas de começar:
- Converse com alguém de confiança sobre o que você está sentindo.
- Reserve um momento do dia para práticas que te ajudem a relaxar, como meditação ou exercícios físicos.
- Não subestime o poder de um sono de qualidade e de uma alimentação equilibrada.
Lembre-se: você merece cuidado e atenção, e não há vergonha em pedir ajuda quando precisar.
Um lembrete de que é possível encontrar equilíbrio e leveza
A ansiedade pode parecer uma montanha difícil de escalar, mas ela não define quem você é. Aos poucos, com paciência e persistência, é possível encontrar um caminho de equilíbrio e leveza. Não é sobre eliminar completamente a ansiedade — porque, sim, ela faz parte da vida —, mas sobre aprender a conviver com ela de uma forma que não te impeça de viver plenamente.
Algumas práticas que podem te ajudar a reconectar com a leveza:
- Pratique a gratidão, reconhecendo as pequenas conquistas do dia a dia.
- Permita-se rir e curtir momentos simples, sem culpa.
- Experimente novas atividades que te tragam prazer e distração.
Por fim, quero te lembrar: você não está sozinho(a). Muitas pessoas estão passando por algo semelhante e, juntos, podemos criar uma rede de apoio e compreensão. Respire fundo, dê um passo de cada vez e confie que dias mais leves estão por vir.
FAQ: Perguntas frequentes
- Como sei se preciso de ajuda profissional?
- Se a ansiedade está afetando significativamente sua rotina, sua saúde ou seu bem-estar, é um sinal de que buscar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra pode ser benéfico.
- E se eu não tiver tempo para cuidar de mim?
- Comece com pequenos gestos, como respirar profundamente por alguns minutos ou fazer uma pausa para tomar um chá. Cuidar de si pode ser simples e adaptado à sua realidade.
- É normal se sentir triste mesmo depois de melhorar?
- Sim, é completamente normal. O processo de lidar com a ansiedade tem altos e baixos, e estar atento(a) às suas emoções é parte do caminho.

Maria Lara é apaixonada por autoconhecimento e saúde mental. Após anos lidando com a ansiedade, criou este espaço para compartilhar aprendizados, experiências e caminhos que realmente funcionaram em sua jornada de superação.